Damião por Dagoberto: o negócio do ano


Tem sido ventilada uma negociação que traria o atacante Leandro Damião para o Cruzeiro. Supostamente, o Santos, atual clube do jogador, aceita emprestá-lo por uma temporada ao nosso clube em troca do empréstimo de Dagoberto, Élber ou Pedro Ken. Os atuais contornos dessa negociação me fazem ver essa transferência como algo extremamente benéfico para o atual bicampeão brasileiro. E nem sou um grande admirador do futebol de Damião…

Dagoberto é um jogador complicado. Complicado porque todos lembram como ele sempre regula jogando contra o Cruzeiro. Fez gols pelo Atlético-PR, fez pelo São Paulo, pelo Inter… É aquele jogador que parece dar uma sorte a mais enfrentando o escrete estrelado. Quando veio para o Cruzeiro, confesso que gostei. Chegou fazendo gol decisivo em clássico, jogando um bom futebol e culminou a boa temporada com o título nacional.

2014 veio e o rendimento de Dagoberto começou a cair. Durante a disputa da Libertadores, veio despencando e o antigo titular se tornou um jogador dispensável. Dagoberto decidiu um jogo no Brasileiro, contra o Grêmio. De resto, foi uma figura decorativa mais lembrada pelos torcedores cantando “Ah, é Dagoberto” ao pedir a sua entrada, o que normalmente não rendia em absolutamente nada para a equipe. Dagoberto se tornou uma das marcas mais fortes do time. Mas futebol que é bom, não vem mostrando nada a algum tempo. Esse elenco não tem espaço para vaidades e o camisa 11 tem dado declarações bem desnecessárias na imprensa.

A verdade é que a idolatria desprendida a ele não se justifica. Na atual temporada foram 9 gols em 42 partidas. Em toda a passagem pela Toca, foram 24 tentos marcados em 80 jogos. Muito pouco para merecer cânticos e adorações. Dagoberto é um vencedor, inegavelmente. Mas nunca teve na raça e na vontade sua grande virtude e com o passar dos anos, vem se tornando cada vez menos obediente taticamente. Para mim, hoje, é ao lado de Julio Baptista, o atleta que precisa deixar o clube o quanto antes, por não estar mais contribuindo onde deveria decidir, além de custar altas cifras mensalmente.

Sobre Élber e Pedro Ken, eu sinceramente os emprestaria também ao Santos ou a qualquer outro interessado. Não vingaram aqui, não brilharam em lugar nenhum. Vejo que o momento é de dar oportunidades para os fatos novos que surgiram nesse fim de temporada, especialmente Judivan e Léo Bonatini, oriundos da nossa base e que atuam bem pelos lados do campo. Assim como Alisson terá um papel mais decisivo e a trinca Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Willian tem tudo para render ainda melhor. A perspectiva é excelente e confio na capacidade de Marcelo Oliveira para comandar e dar a tão falada oxigenada positiva no plantel. Sobre Damião? Como diria o poeta, “vamos aguardar”…

Por: Emerson Araujo