Dá pra repetir a fórmula?


Mano Menezes chegou, a era Paulo Bento ficou no passado e a expectativa da torcida alcançou o ápice. Com o bom trabalho do treinador na Toca da Raposa em 2015, não era de se esperar outra coisa. O novo comandante já começou a trabalhar com a equipe e indicou que pretende repetir a formação último ano, que se notabilizou pela solidez defensiva e a obtenção de bons resultados jogando no Mineirão. Tudo o que nos faltou com o último treinador. Mas será possível apenas repetir aquela fórmula de sucesso, adaptando o elenco atual. e alcançando resultados como os da reação do ano passado?

Considero que o elenco atual tem até mais opções e talento. Mas fazendo o exercício básico, o Cruzeiro 2015 de Mano era basicamente formado por Fábio; Ceará, Manoel, Bruno Rodrigo, Fabrício; Henrique, Willians, Ariel Cabral; Alisson, De Arrascaeta, Willian. Jogadores como Fabiano, Paulo André, Pará, Charles, Marcos Vinícius, Allano, Marquinhos e Leandro Damião também se fizeram muito presentes. Ah, vale ressaltar um detalhe sobre Allano: ele foi titular do time de Mano em 7 jogos sob a batuta do treinador. Arrascaeta e Alisson começaram entre os titulares em 6 oportunidades. Portanto, festeje o empréstimo do meia ao Bahia. Porquê ele teria boas chances de ser utilizado, caso ainda estivesse no plantel.

Voltando ao tema principal, do time base de Mano, apenas três jogadores deixaram o clube: Ceará, Fabrício e Willians. Para a lateral direita, contávamos também com Fabiano e Mayke. Apenas o último segue no clube, mas vivendo os mesmos problemas de lesão de 2015. Então hoje, as opções que aparecem são Lucas e Ezequiel. Lucas tem sido péssimo até o momento. Desconcentrado, tomando cartões em demasia e colecionando falhas defensivas. Considero importante dar uma chance para ver se Ezequiel consegue se firmar. Afinal, um jogador que já tem mais de 30 jogos na atual temporada, sempre atuando os 90 minutos, não tem problemas de lesão e suspensão. Era destaque do Criciúma, vale a aposta.

Para a ala esquerda, Fabrício foi embora e não deixou saudades. Mena e Pará, seus adversários em 2015, também deixaram o Cruzeiro, emprestados. Os concorrentes para a posição, hoje, são Edimar e Bryan. Edimar vem sendo um jogador bem sólido desde que chegou. Ainda com poucos jogos e adquirindo sua melhor condição física, parece capaz de se acertar por ali. Bryan chegou como esperança e, devido a fragilidade defensiva, já se provou uma decepção. Muito semelhante a Lucas, esperanças frustradas com jogadores que comprometem a todo instante. Contra Bryan ainda pesa (literalmente) seu aspecto físico rechonchudo.

Na posição de Willians, acho até que estamos melhor servidos. Lucas Romero é muito mais jogador e menos destemperado. Na falta dele, temos Robinho, um jogador mais ofensivo e a nova opção de Denílson, um volante que pode compor muito bem o setor. Bruno Edgar só para eventualidades, sejamos razoáveis. O que deve fazer Mano Menezes sorrir é ver opções interessantes para mudar o jogo. Se antes suas opções eram Marinho, Allano, Marquinhos e Damião, hoje pode acenar com a entrada de Sobis, Ábila, Rafinha e Élber (porquê não pode faltar um velocista).

Ainda podemos lembrar de jogadores que não conseguiram se firmar e tiveram pouquíssimas chances, como Pisano, Nazário, Marciel e Douglas Coutinho. Com um novo treinador, esses jogadores podem conseguir mostrar algo mais e se tornarem peças importantes. Do Departamento Médico, podem sair Marcos Vinícius e Dedé, um meia que jogou muito bem em 2015 (e não entra em campo desde fevereiro) e o melhor zagueiro do plantel, que não consegue jogar regularmente há um ano e meio. Mano tem as peças, a torcida a favor, a boa vontade da imprensa (ao contrário do português)… Ele tem tudo para nos tirar dessa condição ruim e fazer uma bela campanha, terminando o ano na metade de cima da tabela e projetando um 2017 de glórias. E que os chineses não nos vejam desta vez.

Por: Emerson Araujo