Cruzeiro: um time sem rival


Salve, Salve Guerreiros! Incumbidos em mais uma matéria polêmica sobre nossas páginas heroicas imortais, iremos abordar hoje a rivalidade entre os clubes mineiros. Depois de tantas falácias das torcidas nos últimos dias, temas como tamanho de torcida, “bullying” virtual, propostas de debates, torcedor cobrando pra debater e depois “arregando“, #TimeDoPovo, chifres, além do “modes higiênicos“, vamos falar sobre quem é ou não rival dentro das Minas Gerais.

Para dizer se há ou não rivalidade dentro do Estado de Minas Gerais, primeiramente devemos pegar referências no cenário nacional, os Estados do Rio de Janeiro Rio Grande do Sul e São Paulo, e levar em conta a perspectiva latina e a Argentina. Assim, ao observarmos as maiores referencias no futebol sul-americano podemos enumerar Flamengo e Vasco como um clássico onde o Fla é infinitamente superior ao clube cruzmaltino, seja em números de torcedores, seja em número de títulos e expressão no futebol mundial. Já no Rio Grande do Sul temos o Inter como grande potência e o Grêmio, rival, mas correndo muito atrás por tudo que deixou de representar e pelo tanto que é gigante o colorado. Em São Paulo temos brigas mais apertadas e acirradas entre o São Paulo e o Santos, com vantagem ao tricolor pelo número de simpatizantes com identificação ao clube, e com brigas parelhas entre Palmeiras e Corinthians. Levando em conta que São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e com quase o dobro de habitantes do segundo maior estado nacional, esta rivalidade de torcida dentro do estado é muito equilibrada, mas com vantagem para o Timão, já no âmbito nacional essa rivalidade é maior pois a torcida do SP cresceu muito nos últimos anos. Entretanto, podemos observar o grande equilíbrio de conquistas por todos os clubes: todos os quatro grandes do estado de SP têm grandes conquistas no cenário mundial.

Agora falando em futebol sul-americano, onde River e Boca são as grandes potências do futebol argentino: ambos possuem torcidas imensas, apaixonadas, e conquistas grandiosas, com vantagem ao Boca por nunca ter caído no cenário nacional sua história se sobressai.

Vamos ao que nos interessa: Minas Gerais. Temos “dois” clubes de ponta, um centenário e outro 14 anos mais novo. Em termos de conquistas, não há o que se discutir em números. É a maior disparidade de rivais no mundo, não há entre clubes que se dizem rivais uma diferença de conquistas tão grande igual nas terras das alterosas. Em números relativos e absolutos de torcedores também não há o que se questionar, a torcida do Cruzeiro é imensamente maior, analisando o senso populacional que contabiliza todos os habitantes de uma nação, a torcida Cruzeirense tem mais que o dobro de torcida que seu rival. Em números claros de vendas de camisa essa realidade é ainda maior. O rival, conhecido como “franga”, chega a ser o terceiro dentro do estado, ou seja a “rivalidade” dos dois gigantes dentro do estado é influenciada diretamente pelo maior de outro estado, assim, pasmem: o time atleticano perde para o Flamengo, ou seja o terceiro clube do estado que quer ser rival do primeiro, analisando pelos últimos cinquenta anos essa comparação chega ao ponto de ser vergonhosa.

Considerando estas ponderações podemos dizer que nós Cruzeirenses temos vergonha do nosso rival, pois devido a discrepância de níveis futebolísticos, históricos e numéricos nosso rival chega a ser ridículo, chacota, uma verdadeira asneira em termos chulos. Portanto, ao analisar a rivalidade no futebol nacional podemos dizer que em alguns estados a briga é boa, já em Minas Gerais a briga é injusta.

Observando por este ponto de vista da rivalidade, venho fazer duras críticas ao Cruzeiro dos últimos anos. Em números, irei observar que desde 2008, ano do centenário do adversário, historicamente é o ano onde o clube deveria se dedicar mais em prol das conquistas para marcarem a época e a geração, mas o que o rival fez??? Perdeu a final do mineiro por 5-0 isso mesmo CINCO a zero!!! (sem comentários). No ano seguinte, seria o momento de ir a forra fazer valer o seu nome e o que acontece??? A goleada se repete!!! (sem comentários 2) Já não bastava uma vez, tinha que repetir? E o que é bom repete mesmo!!! Depois disso foram longos 3 anos de jejuns de vitórias do rival e no pior ano da historia do Cruzeiro, com chances de rebaixar o rival, na última partida do ano, toma a maior goleada dos clássicos, um sonoro 6-1 que coroa o gigante das Gerais como incaível.

Vocês acham que acabou? Não! A reestruturação dos times foi feita e eles até brigaram por mais conquistas de campeonato nacional. Sim, comemoraram o bicampeonato brasileiro de 2012, mas esqueceram que a disputa se faz em dois turnos e sucumbiram da forma mais vergonhosa. Após estar a nove pontos na frente do segundo colocado, caíram de produção e como um refrigerante 3 litros perderam o gás apos a “conquista “do primeiro turno. Calma, ainda tem mais: mudaram, mexeram, e no maior ano da historia das frangas a conquista da Libertadores da America delas foi abafada pelo tricampeonato Brasileiro cruzeirense. Tem coisa pior? Tem sim, foram humilhados na disputa do Mundial de Clubes, por um time sem expressão alguma, mas com alma de campeões, essência que nunca enxergamos nos atleticanos. Já no ano de 2014 conquistam a Copa do Brasil, mais um titulo inédito em cima do Rival embalado na busca do tetra campeonato Brasileiro que naquele momento se dedicava ao Tetracampeonato da maior competição nacional, e ao invés de terem seu nome aclamado, tiveram o título rabiscado pela nação.

Após ler e reler estes fatos, chego a conclusão que em Minas Gerais o que o Cruzeiro faz com o Atlético MG é um ato de covardia, uma humilhação sem precedentes, uma coisa como “bater em mãe cega no dia das mães com vara de marmelo”. A rivalidade no Estado é algo que não se vê em qualquer outro lugar do mundo. E como chamar um time assim de rival? Não há comparação!!! Portanto, podemos entender a raiva que os atleticanos tem dos cruzeirenses, pois ninguém em sã consciência poderia ficar satisfeito com uma situação dessas, teria que ser “inventada” qualquer coisa para tentar modificar isso, assim como inventaram um campeonato do gelo, inventaram mudança de nome, inventaram goleada que somente após os 6-1 apareceu. Talvez seja por isso que a dissipalidade entre os dois seja tão grande, pois enquanto um procura inventar sonhos, nos construímos nossa própria historia com conquistas e vitorias, somos o Time do Povo e essa diferença vai crescer ainda mais.

Por: Vander Araújo