Cruzeiro: Sem vagas para forasteiros


Salve nação celeste! Há muitos anos o Cruzeiro Esporte Clube não passava por um momento tão conturbado quanto este. É uma situação no mínimo inusitada, já que o time têm qualidade, porém ela não acompanha os jogadores em campo há pelo menos um mês.

Dizem que o psicológico afeta muito determinado grupo de pessoas que se unem para um bem comum e que ao fim não alcançam exatamente o que queriam. No futebol isso é visível, e como torcedor não é psicólogo ou psicanalista, não adianta diretoria, técnico e os próprios jogadores pedirem para as arquibancadas se calarem, ou melhor, para apoiarem incondicionalmente quando o time estiver mal que não vai funcionar.

Boa parte da torcida entenderá que o futebol é supervalorizado, que os atletas ganham muito bem para brincar de trabalhar, e que não há espaço para “frescuragem” e que merecem ser vaiados e que devem aceitar isso, se possível, de cabeça baixa, já que na época de vaca gorda o torcedor estava lá sendo o décimo segundo jogador.

Já outra parte, na qual me encaixo, acredito que vaiar durante as partidas é só piorar a situação da nossa instituição. Nós amamos o Cruzeiro, e vaiar aqueles que não achamos serem dignos de envergar o manto celeste não é vantagem, afinal, eles vão embora uma hora ou outra e podem nos deixar em situação vexatória. Se não queremos A ou B, nossa obrigação é cobrar da diretoria por contratações, e que dispensem quem não tem qualidade técnica e moral para vestir a camisa do Cruzeiro. Quem tem a primeira posição que citei também está coberto de razão, porém, como todos nós em qualquer função passível de cobrança que desempenhamos em nossas vidas, temos, mesmo que seja somente em um primeiro momento um abatimento natural quando recebemos críticas por não estar agradando a todos.

Mudando de assunto, acerca das contratações, acho que a venda do Wagner seria um dos melhores negócios dos últimos tempos, já que ele, apesar de ter um potencial enorme, já está beirando seus 25 anos sem estourar no futebol, apareceu como o “novo Alex” e se não botar a mão na consciência e começar a chamar a responsabilidade vai terminar como o “Zé ninguém”. E torço muito para que se ele não for vendido que desencante aqui, mas se for embora, que possa queimar minha língua por lá.

A outra provável negociação, a do gladiador Kléber, me deixou um tanto quanto intrigada, e pela primeira vez mudo minha opinião acerca dele. O Gladiador azul sempre diz que quer ficar, mas que o time precisa vender…fazer caixa…e blá blá blá. Ele definitivamente quer sair, a partir do momento que ele e seu empresário Dioguardi anunciam a tal cláusula de 10 milhões de Euros existente em seu contrato com o Cruzeiro para propostas vindas da Europa, e que para sair não seria exatamente os 15 milhões colocados em seu código de barras na “Feira do Perrella”, ele está querendo dizer para os quatro cantos do mundo: “Gente, eu sei que tá difícil 15 milhões de Euros, podem fazer uma proposta menor que eu posso sair!”. Isso para mim é fato. E apesar do respeito que o atleta conseguiu do torcedor em pouco tempo, se estiver insatisfeito aqui, que siga seu caminho, já que com sua determinação fará sucesso em qualquer lugar. No caso do Kléber, aliás, pode pintar uma transação com o Porto para que o Cruzeiro tenha em definitivo os direitos de Leandro Lima e ceda Kléber e receba o restante em dinheiro, caso a “outra” tal proposta do clube de ponta da Europa não chegue. Neste momento precisamos de atletas focados no futuro do clube, e não atletas focados nessa janela de transferências ou na de dezembro, quem quer trabalhar, por favor do portão pra dentro, quem só quer dinheiro, faça suas malas e vai com Deus!

O que o torcedor pode fazer é esperar a recuperação do time e as estréias das contratações Gilberto e Guerrón, que entrarão numa fogueira danada se jogarem contra o Coritiba no fim de semana, com gripe suína e tudo que acharão lá pekas bandas geladas Sul do Brasil. A única certeza que tenho é que eles serão importantes nesse recomeço, e que não dá pra perder mais nem um pontinho nas próximas rodadas.

Abraço!
Até mais!