Cruzeiro: o símbolo dos nossos sonhos


Existem algumas coisas na vida que são um pouco complicadas de se falar. Por mais que falemos um dos idiomas mais ricos da humanidade, o português, ou que falássemos todos eles, fôssemos poliglotas, ainda teríamos dificuldades de descrever alguns sentimentos, algumas histórias, algumas paixões.

Às vezes queria poder dizer a algumas pessoas as histórias que vivi no Mineirão. O que eu senti quando o Éverton Ribeiro fez aquele golaço contra o Flamengo. Como me senti recompensado ao sair de casa, em dia de chuva, utilizando o péssimo transporte público de BH, para assistir uma goleada de 5 a 0 contra o Figueirense com show daquele timaço, em 2014.

Como às vezes paguei caro em um ingresso e dentro do estádio me lembrei o quanto aquele dinheiro era insignificante perto da alegria que o jogo me propiciou.

Como contar um dia a sensação que tive ao ver o Giovanni furando a barreira do São Paulo aos 45 minutos do segundo tempo na final da Copa do Brasil. Vendo do sofá de minha casa, mesmo, mas parecia estar lá.

Como explicar porque aquele clássico mineiro, terminado em 1 a 1, com o Willian perdendo um pênalti no final, ter se tornado único pra mim, pelo comportamento épico da torcida.

Como explicar os momentos marcantes que vivi com meu avô, que já não está mais entre nós, em jogos importantes?

Como explicar que com a gente lá dentro o Mineirão, cheio de concreto, tem vida própria.

Como explicar os momentos de felicidade insana com os amigos porque tínhamos conseguido alguma grande vitória.

Tem também os momentos que não conseguimos a vitória, que perdemos, que fracassamos, mas que nos ensinaram o valor da vitória. Os momentos de adversidade que nos tornaram mais fortes. A história nos mostrou que cada queda deve servir de impulso ao nosso sonho.

O Cruzeiro não tem explicação. É a tradução de Minas Gerais em um time de futebol, o principal esporte do planeta. É o acaso combinado ao trabalho. A sorte aliada ao merecimento. A alegria misturada à garra. O talento misturado à competência.

O cruzeirense prefere o drible ao carrinho. O chapéu à chegada forte. Reclama menos da derrota com bom futebol que a vitória sem mérito.

Alguns só conseguem vencer com luta e muito choro. O Cruzeiro tem um repertório mais rico, vai na raça, no suor, mas vai também na supremacia absoluta.

O cruzeirense quando ouve o hino do clube pensa em festa, em títulos. Sente ali a sensação de que tudo vai dar certo.

Quando é aniversário do clube, já começamos o ano de pé direito, ao lembrar do clube dono do nosso coração, alegria de nossas vidas, símbolo de nossos sonhos. Parabéns, Cruzeiro! 

Por @Thalvanes