Niginho: O carrasco dos clássicos


Niginho foi um dos raros jogadores da história do futebol brasileiro que levou sua paixão pelo clube de coração para dentro dos gramados. Nascido no bairro Floresta, o craque vem de uma família tradicionalíssima e cruzeirense em todos os sentidos, tanto nas arquibancadas quantos dentro das quatro linhas.

Niginho é irmão de Orlando Fantoni e Ninão. Juntos, marcaram 470 gols pelo Palestra Itália. Somando-se os seis tentos do lateral-esquerdo Nininho, primo dos três, com outro zagueiro Benito – filho de Ninão, que atuou nos anos 60 – o total da famíla sobe para 477. Isso que poderíamos dizer que é fazer parte da história do clube.

Nome: Leonízio Fantoni
Gols pelo Cruzeiro: 209 gols em 263 jogos.
Nascimento: 12/02/1912, em Belo Horizonte (MG)
Morte: 05/09/1975, em Belo Horizonte (MG)
Posição: Atacante
Quando jogou pelo Cruzeiro: 15 anos (1929-1932/ 1935-3197/ 1939-1947)
Títulos pelo clube: Campeonato da Cidade em 1930, 1940, 1943, 1944 e 1945
Outros clubes pelo qual atuou: Atlético-MG, Palmeiras, Vasco e Lazio

O atacante é nada mais, nada menos do que o maior artilheiro em clássicos contra o Atlético e contra o América da história da Raposa. Contra o rival alvinegro marcou 25 vezes e contra o Coelho marcou 48 vezes. Foi também três vezes artilheiro do campeonato estadual: em 1931, 1940 e 1945, com 15, 11 e 14 gols, respectivamente.

O mineiro também atuou pela Seleção Brasileira. Segundo o livro “Seleção Brasileira – 90 Anos”, de Roberto Assaf e Antonio Carlos Napoleão, defendeu o Brasil em quatro jogos entre 1936 e 1937 com três vitórias, uma derrota e dois gols marcados. Ainda foi convocado para a Copa do Mundo de 1938, na França, mas acabou não atuando. O craque ainda teve que se conformar em não participar da semifinal, contra a Itália, graças a uma manobra política de Benito Mussolini, sob a acusação de ser um desertor. Ele era o substituto de Leônidas, que estava machucado.

Graças a fama o atacante foi contratado à Lazio e fez história no Futebol italiano. Niginho chegou a marcar, em um mesmo jogo, quatro gols contra o grande rival Milan. Alistado para servir ao exército italiano, fugiu para o Brasil e jogou pelo Palmeiras. Foi uma passagem rápida, porém marcante. De acordo com o Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti, fez seis jogos pelo time paulista com a marca incrível de seis gols marcados. Conquistou cinco vitórias e empatou uma partida, um aproveitamento de quase 100%. No ano seguinte ainda atuou pelo Vasco, se tornando campeão e artilheiro do estadual.

A aposentadoria veio atuando pelo time do coração. Depois se tornou técnico e foi campeão no rival, em 1956, e com o Cruzeiro, em 1959, 1960 e 1961.

Terceiro maior artilheiro da história do clube, Niginho fez parte dos primeiros grandes times palestrinos, atuando junto com grandes figuras como Braguinha, Bengala, Lazzarrotti, Ismael, Alcides (ponta esquerdo histórico), além dos seus irmão Ninão (também um dos maiores artilheiros do clube) e Orlando, que tinha uma cabeçada famosa, conhecida por ser tão forte quanto um chute.