Cruzeiro insiste no erro ao não aproveitar uma das melhores categorias de base do Brasil


Entra ano e sai ano e a expectativa do torcedor cruzeirense é sempre a mesma. Ver os garotos da base celeste, uma das mais vitoriosas e que mais revela jogadores no país, atuando com a camisa cinco estrelas no Campeonato Mineiro.

Durante a campanha para a presidência do clube em 2011 o atual mandatário cruzeirense Gilvan Pinho Tavares não cansou de dar destaque ao fato de que o clube precisava aproveitar bem a sua base, afinal em uma época em que contratatar bons valores demanda gastos excessivos, revelar parece ser claramente a melhor opção.

Foto: Cruzeiro/DivulgaçãoEis, porém, que Gilvan assume e nossos garotos não são aproveitados. Nomes que chamaram a atenção quando atuavam na base como os laterais Gil Bahia e Gabriel Araújo, o volante Éber, entre tantos outros, são emprestados para equipes do interior do estado, em especial para o Nacional de Nova Serrana, perdem a chance de fazer a pré-temporada junto com o grupo profissional e correm o risco de jamais serem aproveitados pelo clube.

Tal decisão seria compreensível caso o Cruzeiro tivesse se reforçando com jogadores de qualidade indiscutível, mas não é o caso. O caso mais nítido, por exemplo, é o das laterais. Marcelo Oliveira, Gílson, Marcos e Jackson podem até dar certo no clube, e é por isto que torcemos, mas os que o credencia mais a vestir a camisa profissional cruzeirense do que os garotos emprestados ao Nacional?

O caso mais recente de descaso com a base é o do atacante Thiaguinho, uma das mais promissoras revelações do clube nos últimos anos. Emprestado ao Goiás na última temporada, o jogador foi pouco aproveitado em Goiânia, mas segundo a diretoria esmeraldina trata-se de um jogador diferenciado e que só não foi utilizado com maior intensidade porque a comissão técnica do clube entendia ser o momento para atletas mais experientes.

Um novo empréstimo de Thiaguinho agora é cogitado e o jogador perderá outra chance de vestir a camisa profissional da Raposa. Resta torcer para que o Cruzeiro não erre mais uma vez emprestando uma revelação a um time do eixo, pois Bernardo foi emprestado ao Vasco e, aproveitado no clube da Colina, não quis mais voltar.

Em minha concepção, e acredito que espelho o pensamento da maioria, se contratar está difícil, o momento era ideal para aproveitar a base. O erro, porém, já está feito e agora só cabe um artigo como este com um certo tom de denúncia de que o Cruzeiro está adotando o caminho errado, mas que também torce para que os bons valores retornem e tenham chance de fato e não se percam como a maior parte daquele time que conquistou a Copa São Paulo em 2007 e que acabou desaparecendo por aí.