Cruzeiro de Marcelo Oliveira e os testes de um teste só


Cruzeiro Esporte Clube de Marcelo Oliveira e os testes de um teste só - Foto: Divulgação/Cruzeiro

Pausa no brasileiro e quase um mês sem jogos oficiais, era o que se desenhava para o meio dessa temporada, mas a competente direção do Cruzeiro acertou uma inter-temporada nos EUA, com intercâmbios, treinamentos e dois amistosos contra o Strikers e Morélias, times americano e mexicano respectivamente. O primeiro, muito fraco, jogo apenas para fazer festa e manter o ritmo; o segundo, sim, um time da primeira divisão mexicana, bem colocado no último campeonato nacional do país, seria um jogo ideal para testes.

Me perdoem se estiver sendo rígido demais, mas penso que o Cruzeiro foi apenas passear, porque testes que é bom, não vi quase nenhum! Nosso treinador, apesar dos números lhe serem favoráveis, utilizou muito mal, em minha opinião, esses amistosos. Armou o que ele considera seu time ideal: Fábio, Ceará (Mayke) Bruno Rodrigo, Dedé, Egídio, Nilton, Souza, Everton Ribeiro, Diego Souza e pelos desfalques, Anselmo Ramon e Luan. Isso não é teste, mas em nome do entrosamento e do ritmo de jogo, tudo bem.

O que me incomodou nessa história toda, foram os chamados “testes” os quais entendo que foram dirigidos como pelada de fim de semana, onde todo mundo foi entrando no decorrer das partidas, uma vez que foi acordado um “sem limite” número de substituições. Pude assistir estupefato à improvisação de Lucas Silva na lateral direita em nome do “todos devem jogar”.

Os testes deveriam ter sido uma busca por variações, simulação de situações de jogo onde houvesse a necessidade de uma mudança de postura da equipe. Sinceramente não entendi como um time do porte do Cruzeiro sai daqui para ir a América apenas para que todos jogassem sem a menor preocupação de aprontar o time para a sequência do brasileiro.

Por que não testar Diego Souza mais adiantado, como um falso nove? Por que não abandonar os dois meias, hora com três volantes, hora com três atacantes? Por que não colocar três zagueiros adiantando os laterais como alas? Por que não testar um 4-3-3, um 3-5-2, variações táticas que poderiam ser pensadas, treinadas ou até utilizadas no decorrer do ano?

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Estou incomodado com isso! Esse relato não é apenas uma análise, apesar de estar tentando manter esse caráter, confesso que estou partindo quase para um desabafo. Não considero as mudanças de Marcelo Oliveira testes que nos aproximem da realidade de uma disputa de Copa do Brasil, ou de Campeonato Brasileiro. Me parece mais um “solteiros x casados”, ou um churrascão de confraternização da turma da empresa.

Pensar que tem outra viagem dessas acertada para o ano que vem me assusta. Entretanto, ano que vem nem sabemos se o time será o mesmo, se a comissão técnica será a mesma.

O resumo da ópera para mim é o seguinte: Vinícius Araújo urgente no lugar de Anselmo Ramon; Souza pode tranquilamente assumir o lugar de Guerreiro, aliás esse foi o único teste que vi; e Diego Souza daria um ótimo gandula, pois foi a única imagem que tive dele no segundo jogo.

Sigo torcendo para que Marcelo Oliveira tenha ao menos percebido as deficiências do time e promova mudanças para um Cruzeiro, que apesar do elenco que tem, não tem aproveitado as melhores peças.

Saudações Celestes.