Cruzeiro acerta últimos detalhes para anunciar time feminino


Em uma decisão histórica para o futebol ,CBF,Conmebol e FIFA passam a exigir  que os clubes brasileiros  mantenham um time feminino disputando campeonatos nacionais. A definição vai funcionar como critério para que os clubes possam participar da Copa Libertadores da América.

A decisão foi apresentada em um congresso no ano de 2016, com um prazo de dois anos para que os times se adaptassem à nova realidade. Dos 20 clubes que disputarão a Série A do Brasileirão em 2019, somente sete têm o futebol feminino estruturado.

O Cruzeiro deixou bem claro que o projeto era para o ano de 2019. E que por tanto, 2018 seria utilizado para a fase de planejamento para cumprir todas as exigências no prazo. Pois bem, nos últimos meses o clube celeste está com as negociações em fase final e acerta os últimos detalhes para finalmente ter um time feminino. O objetivo é ter uma equipe estruturada para já poder disputar o campeonato brasileiro da categoria que inicia dia 27 de março.

Mudanças de plano

Para formar o time feminino, o Cruzeiro contava com algumas opções. Como por exemplo, criar parceria com alguma equipe que já existe. Segundo o presidente Wagner Pires, o clube tinha entrado em contato com o Ipatinga, que ficou com o vice-campeonato estadual da categoria feminina em 2018.  

Porém, segundo informações divulgadas pelo próprio clube, a opção está descartada. Agora, o Cruzeiro será o próprio gestor da equipe feminina. E o clube acaba de anunciar a contratação de Bárbara Fonseca. Ela será a responsável pela estruturação do time feminino do Cruzeiro.

Antes de vir para a equipe celeste, Bárbara trabalhava para o América. E já iniciou os trabalhos a todo vapor. Ela afirmou que está no mercado procurando por atletas para compor o time feminino do Cruzeiro. Isso acontece porque diferente de outros clubes, a raposa não fez parceria. Por tanto, vai buscar jogadora por jogadora, até montar um time consistente. A coordenadora também será responsável pela contratação de uma técnica.

A princípio, o investimento inicial será do Cruzeiro. Depois o clube pretende buscar patrocinadores e comissão técnica específicas para montar um time forte e competitivo. Como já é certo que a equipe feminina não utilizará nenhuma das unidades da Toca da Raposa para realizar seus treinos, o clube celeste ainda tem que estabelecer onde será o mando de campo e local de treinamento.

Pequeno passo para os times masculinos, mas um grande passo para o futebol feminino

Cercado de preconceitos, o futebol feminino no Brasil é pouco valorizado. Apesar de termos Marta, eleita a melhor jogadora do mundo por seis vezes, a categoria ainda busca por afirmação no Brasil. Por isso, a exigência de que os grandes clubes brasileiros precisam manter times feminino em competições é um grande passo para mudar esse cenário.

Mas isso não significa a profissionalização da categoria no país. Somente quatro das 15 equipes que deram os primeiros passos para a estruturação das equipes femininas,vão pagar salários às jogadoras. Os outros clubes, inclusive o Cruzeiro, não sabem nem se vão assinar a carteira das atletas.  

Apesar dos pesares, com as novas exigências, se espera que sejam criadas mais oportunidades para as mulheres no futebol. Que desta forma, elas tenham mais chances de serem contratadas. E então, com um número maior de atletas jogando, tenhamos mais chances de descobrir as muitas Martas do nosso futebol. Elas estão escondidas por aí, apenas esperando uma oportunidade.