Critério caseiro (São Paulo 3 x 2 Cruzeiro – Campeonato Brasileiro 20ª rodada)


Salve, guerreiros!

Discrição: qualidade do que não chama atenção. 

Os amigos leitores das analises aqui do Guerreiro dos Gramados sabem que este colunista não costuma falar de arbitragem, mas, dessa vez fica impossível não comentar o critério caseiro do sr Rafael Traci (Pr) ao apitar a partida deste domingo. A maioria dos torcedores celestes reclama da penalidade inexistente marcada pelo sr Traci a favor do time paulista, mas, quase ninguém comenta o gol do empate paulista no qual Arboleda comete falta de ataque em Hudson o que lhe dá vantagem na hora do cabeceio. Dois erros crassos que definiram o placar favorável ao São Paulo.

Comecei o texto com uma das definições de discrição, para salientar o fato de que o árbitro deve ser o menos lembrado possível ao final de uma partida. Se assim for, certamente ele fez um bom trabalho durante a partida. O contrário foi exatamente o que houve neste domingo. O Rafael Traci foi o nome da partida, negativamente. Uma pena. Com o São Paulo ameaçado de rebaixamento, prevejo tais acontecimentos se repetirem durante o segundo turno, fiquem ligados.

O jogo

O Cruzeiro, apesar de muito modificado por estar pensando na Copa do Brasil essa semana, teve amplo domínio durante os noventa minutos. O talento individual de Hernanes foi a única arma capaz de abrir a contagem no marcador. Os quarenta e cinco minutos finais reservariam fortes emoções com duas viradas de placar, uma na bola, outra na latinha do apito.

Primeiro tempo

O Cruzeiro quase não deu chances ao time paulista nesta etapa da partida. Quase, porque na única que deu, Hernanes em cobrança de falta perfeita coloca o time da casa em vantagem no último lance.

Segundo tempo

Quando afirmamos aqui que o elenco celeste foi montado para propor o jogo, acertamos. Se você discorda da gente, você está errado. Ao buscar o resultado, e acertar as finalizações, em poucos minutos o Cruzeiro virou a partida com dois gols de Sassá, que redimiu-se após perder penalidade sofrida por ele mesmo no primeiro tempo.

A partir daí o homem de preto começou a jogar também, entretanto, não vou apenas ficar de mi mi mi por conta disso, pois a derrota celeste não passa apenas por ele. Passa também pelo fato de nossos homens de frente, Alisson e Sobis estarem com “medo” de finalizar. Foram ao menos duas oportunidades de cada dentro da área para chutar e eles preferiram alternativas mais complicadas como o passe. Com a área do São Paulo densamente povoada por um time desesperado por resultados positivos, não dá para ficar trocando passes em demasia, e ainda assim, foram várias triangulações. Quem tem que jogar contra mais de onze, não pode se dar ao luxo de não marcar os gols necessários.

Outro fator que definiu a derrota foi a demora de Mano Menezes ao mudar a equipe. Quando virou o jogo, o treinador já deveria ter mudado a equipe para cadenciar mais a partida, manter mais a posse de bola. Entrar com Henrique e Thiago Neves para salvar um resultado perdido? Não teria sido mais inteligente entrar com eles para manter a vitória? Gostaria ainda de lembrar que Mano havia prometido que o time não levaria mais três gols em uma partida, levou.

Em resumo, não podemos fechar os olhos para nossas deficiências e culpar somente a arbitragem. Mano, em minha opinião, não passa de um Wagner Mancini com grife. Apenas um título de expressão em dez anos, um fracasso retumbante na seleção brasileira, apenas seis meses no fraco futebol chinês. Acho que superestimamos demais o “treineiro” por causa da luta contra o rebaixamento dois anos seguidos. É esperar o fim do ano de dar linha na pipa dele.

Mano fica com nosso Guerreiro de lata de hoje. Sassá, apesar do pênalti perdido, leva o Guerreiro de ouro por ter sido nosso único atleta a chutar no gol, e fazer dois. Que os demais sigam seu exemplo e passem a tentar acertar a meta adversária, afinal, seus gols acabam fazendo falta na hora de vencer doze do outro lado.

Para encerrar, gostei da boa estréia de Digão, mas, ainda penso que quem deveria deixar a zaga é nosso Xmen, Léo. Nunca se contunde, joga até com a cabeça “remendada”, impressionante.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 3 X 2 CRUZEIRO

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 13 de agosto de 2017, domingo
Horário: 11 horas (de Brasília)
Árbitro: Rafael Traci (PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Pedro Martinelli Christino (ambos do PR)
Cartões amarelos: SÃO PAULO: Lucas Pratto (2), Lugano. CRUZEIRO: Léo, Ezequiel, Bryan, Digão (2)
Cartões vermelhos: SÃO PAULO: Lucas Pratto. CRUZEIRO: Digão.
Público: 56.052 torcedores
Renda: R$ 1.623.971,00

GOLS
SÃO PAULO: Hernanes, aos 46 minutos do 1T e aos 36 minutos do 2T, e Arboleda, aos 26 minutos do 2T.
CRUZEIRO: Sassá, aos 6 e aos 11 minutos do 2T.

SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Buffarini (Denilson), Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Éder Militão (Jucilei); Marcinho, Petros (Gilberto), Hernanes e Marcos Guilherme; Lucas Pratto
Técnico: Dorival Júnior

CRUZEIRO: Rafael; Ezequiel (Rafinha), Leo, Digão e Bryan; Hudson (Henrique), Nonoca (Thiago Neves), Robinho e Alisson; Rafael Sobis e Sassá
Técnico: Mano Menezes

Agora a parada fica séria. Serão dois confrontos contra o time sensação do Brasil, o Grêmio de Renato Portaluppi. O primeiro confronto será na Arena do Grêmio. Até lá, China Azul.

Por: Álvaro Jr