Copa, já deu! É hora do Cruzeiro!


Pode parecer insano, mas já estou cansado do clima de Copa do Mundo. Está sendo uma competição sensacional, histórica e realmente nada se compara a este torneio, mas vejamos, tenho meus motivos e apresento-lhes.

Tudo estava indo espetacularmente bem durante a primeira fase. Até que me preparei para ir ao jogo mais importante da minha vida: Brasil X Chile, oitavas da Copa do Mundo, na Toca 3. Nunca estive tão ansioso, estaria no centro do mundo, onde todos voltavam seus olhos para o embate entre a seleção mais vitoriosa do mundo e o promissor time chileno.

Logo de início, em nossa casa, me impressionei com a estrutura da FIFA e com o clima que precedia o espetáculo. Algo realmente surreal ver imprensa e torcedores do mundo todo ao seu lado. Porem após um minuto de jogo, me surpreendi e vi toda a torcida se sentar. Pensei realmente que estivessem de sacanagem. Lembrei-me de todas as experiências recentes no Mineirão e no que a nossa torcida fazia e vi que aquilo era muito morno para o meu gosto.

Não era porque no campo, via uma batalha de raça e determinação. Nas arquibancadas uma plateia de cinema ou teatro, totalmente desentrosada nos gritos e perdida na hora de apoiar. Pra quem está acostumado a emendar uma música na outra, foi uma decepção.

Pois bem, passamos de fase após muito aperto, e quando tudo ia finalmente muito bem com a bela vitória do time brasileiro em cima do ótimo time colombiano, aparecem as faces de luto dos repórteres globais ao saberem que ele, o craque da seleção, estava fora da Copa. Com a saída de Neymar, foi embora toda a minha esperança de jogo bonito, arte, drible e irreverência.

Se o futebol brasileiro tem uma escola, Neymar parece ser o único aluno a ter entrado nela. No mais, víamos apenas raça e vontade, pouca ousadia e irreverência. Nada de pedalada, chapéus, dribles. Apenas pontapés e porrada. Não há paixão que resista à seleção brasileira com tanto “muricybol”. Seleção brasileira sem futebol arte é como churrasco sem picanha.

Se tivéssemos um bom resultado, é claro que essa seleção – formada por jogadores que respeito muito – teria valido para alguma coisa, mas não, tomou de 7. Mais vale um time que perde respeitando e honrando sua tradição – como foi o de 82 – do que um que ganha sem ser o que realmente é na essência.

E é por isso que este Cruzeiro nos encanta e nos faz querer logo o encerramento da maior competição esportiva do mundo para vê-lo de volta. Temos um time que honra nossa escola de toque de bola, de jogo bonito, de classe, de jogo pra frente, de futebol de qualidade. Temos uma torcida que vive o jogo, e não o assiste. Que a seleção volte às suas raízes nas próximas Copas do Mundo e se inspire no Cruzeiro Esporte Clube, o que já devia ter feito antes do segundo jogo que fez em nossa casa.

Por: Thalvanes Guimarães