Considerações de um jogo ruim: é hora de acordar!


Sim, torcida celeste: somos meros mortais.

Um jogo fraco. Uma derrota mais do que merecida. Um balde de água fria na empolgação. Um choque de realidade. Os efeitos negativos são muitos; mas será que dá para se tirar algo positivo?

Bem, comecemos a falar sobre o ocorrido.

A escalação inicial já mostrava que não seria uma tarde fácil de se suportar. Os três volantes não funcionaram. Foi, talvez, a resposta de Marcelo Oliveira às críticas da torcida pela escalação de Marlone, na última quarta. Sem Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Júlio Baptista, ficamos sem nenhum jogador capaz de centralizar o jogo; Marlone entrou na fogueira, em uma que não era a dele. Foi mal. Mas vimos que poderia ser pior sem ele.

Sem meio-campo, foi fácil perder o controle do jogo. Não tivemos efetividade, sequer conseguíamos segurar a bola. Passes errados vieram aos montes. Já não bastava um dia ruim na criação, tivemos um dia ruim defensivo. Quantas falhas! Bola perdida de forma estúpida por Egídio e gol contra de Dedé, tirando uma bola fácil das mãos de Fábio; Manoel e Fábio se embolando, em um lance bisonho; Manoel perdendo bola aérea pra Alecsandro.

Foi uma partida que beirou o ridículo; absolutamente tudo deu errado.

Precisamos admitir a atual dependência em Goulart e Éverton Ribeiro. Por mais que o elenco seja bom, as reposições estão, claramente, em má fase.

A defesa está totalmente perdida. A culpa não é de forma exclusiva dos zagueiros, por mais que as falhas foram claras. A marcação é responsabilidade coletiva; nos últimos jogos, não esteve junta ao adversário, sob pressão. Com a marcação frouxa, qualquer lançamento se torna um contra-ataque perigoso, qualquer passe mais incisivo se torna uma chance de gol.

O Cruzeiro precisa acordar! É hora de entender que, a cada rodada, o jogo deve ser tratado como uma final, e não pensando que pode vencer a hora que quiser. Claro que não dá para ganhar todas, mas a torcida espera um mínimo de luta, de entrega, de vontade. É hora de fazer o básico, o ‘feijão com arroz’; é hora de minimizar as chances de errar, no intuito de incrementar as chances de acerto.

E o lado positivo?

Bem, China Azul, o lado positivo é um pouco estranho, mas é a realidade: estava tudo muito fácil. O Cruzeiro jogava fácil, ganhava quando forçava; não tem sido mais assim. A sorte, outrora a nosso favor, tem jogado contra em algumas partidas. A hora é de colocar os pés no chão, entendendo que o Campeonato Brasileiro é complicado. Na reta final, ainda tende a ficar pior, com a briga incessante para o título, Libertadores e a fuga do Z-4. É a hora em que muitos times tirarão forças de onde não tem.

Nesta hora, o apoio é fundamental. Se há falhas, se a derrota  vier, por qualquer motivo, vamos deixar para reclamar/discutir/cornetar após a partida; durante, que busquemos forças no intuito de motivar, de ganhar no grito. Precisamos ser um só nas arquibancadas, nas ruas, nas redes sociais; precisamos estar fechados, blindados com o Cruzeiro.

Não é deixar de se importar e preocupar com as falhas cometidas pela equipe; é se unir apesar delas. É gritar, independente delas. É cantar, empurrar, caminhar junto!

Ganhar o Campeonato Brasileiro não foi, não é, e nunca será fácil. Não podemos esquecer do que somos capazes, mas não podemos apenas confiar nas nossas capacidades.

Trabalho, muito trabalho; humildade, muita humildade.

Esta é a chave!

Por: Pedro Henrique Paraiso