Conhecendo o adversário (Atlético-MG x Cruzeiro – Semifinal do Mineiro 2015)


Ninguém queria, mas aconteceu. A final do Campeonato Mineiro terá um time do interior e um da capital. Incompetência de Cruzeiro e Atlético? Talvez. Mas a eficiência do interior também precisa ser ressaltada. A derrota sem explicações para o Tombense no domingo passado fez com que o Cruzeiro se classificasse em segundo e pegasse o Atlético/MG, terceiro na fase de classificação. A vitória do time de Tombos garantiu o quarto lugar e o confronto contra a eficiente Caldense pelo outro jogo da Semi.

Mas antes do confronto que abre a decisão para o finalista da capital, o que falar do nosso (ex)rival (além das provocações e zoeiras já tradicionais)? Olhando pelo lado do elenco, o Atlético tem um ponto parecido com o Cruzeiro que ainda precisa ser resolvido: a criação. Ambos tem o seu camisa 10, cada um com a sua característica, mas não tem um companheiro para dividir a responsabilidade quando precisa.

No (ex) rival, o jogador que ficaria responsável por isso, só estreou nesta temporada na quinta-feira. Guilherme, hipoteticamente, seria o jogador para ajudar Dátolo. Assim como no Cruzeiro, Arrascaeta procura um meia para deixá-lo mais a vontade para jogar, como foi quarta, contra o Mineros ao lado de Alisson e Willian. Nos atuais times titulares, tanto Levir quanto Marcelo têm escalado atacantes para a composição das pontas.  Podem ser eficientes na composição e chegada ao ataque, mas não acompanham o raciocínio rápido dos meias.

Analisando pela tabela, o Atlético sofreu mais no Campeonato. Das três derrotas que teve (América – de virada com um a mais em campo; Caldense e Boa Esporte), a maioria ou o time todo era o considerado titular. O Cruzeiro perdeu apenas uma, também com boa parte do time titular, e empatou alguns jogos que poderiam ser vencidos, se não fossem as exibições ruins.

Para conseguir acabar com esse estigma de não vencer o ex-clássico na casa do América-MG, o atual time do Cruzeiro possa dar mais confiança para uma vitória do que o elenco dos dois últimos anos.

O motivo? A pegada mais forte. Aquele time de 2013, 2014 era mais técnico, atacava com maestria, mas não se preocupava tanto em marcar os principais jogadores, por não ter um jogador especificamente para isso. A expectativa é que a eficiência do chileno Mena possa barrar as subidas de Marcos Rocha e Willians seja o responsável por parar (a qualquer custo) o meio campo Dátolo. Na zaga, Paulo André e Leo terão a responsabilidade de não deixar Lucas Pratto jogar.

Nos últimos clássicos, talvez esse seja o que jogadores e comissão técnica celestes mais se mostram dispostos a vencer a qualquer custo. Seja pela questão das polêmicas do calendário, já que o Cruzeiro joga na terça-feira contra o Huracán, na Argentina, volta, faz o segundo jogo da semi e depois joga na outra terça em casa contra o Universitário pela Libertadores novamente.

Por: Matheus Tavares Rodrigues