Confronto da Semana: Cruzeiro x Atlético-MG


Depois de muitos e muitos anos de insalubridade futebolística a torcida atleticana espera ansiosa por esse verdadeiro clássico contra o Cruzeiro; afinal, em muitos e muitos anos anteriores, ter um jogo do estilo Cruzeiro x Atlético-MG era sinal de que o outro lado da lagoa iria ao campo para assistir a cinco gols incontestes, e quase nunca do seu próprio time. Agora a história é diferente: eles estão melhores no campeonato, porque estão jogando bola, enquanto a gente amarga algumas posições abaixo do líder, quase espancando as teorias de futebol. Alguém tem dúvida de quem segura o favoritismo para esse jogo? Apesar de clássico ser clássico e vice-versa…

Estudar os números históricos dessa partida é uma missão quase impossível, daquelas que é bom chamar o Tom Cruise e sentar com ele em frente a página do Google. Cada time tem números completamente diferentes para contar a história de Cruzeiro x Atlético-MG, muito embora a matemática subversiva dos dois clubes deem números mais positivos ao Clube Atlético Mineiro. Eles contabilizam 473 jogos com 191 vitórias do Atlético-MG, 158 do Cruzeiro e 125 empates. Já o Cruzeiro contabiliza 424 jogos com 167 vitórias do Atlético-MG, 143 do clube e 115 empates.

Números, claro, quase sempre não comentam a realidade momentânea. A maior goleada do Atlético-MG, por exemplo, de acachapantes 9×2 em cima da nossa Raposa amada ocorreu em 27 de novembro de 1927, quando nosso time tinha apenas sete anos de idade. Já a maior goleada do Cruzeiro em cima do Clube Atlético Mineiro ocorreu no ano passado, em inesquecíveis 6×1 em um momento adverso na história do nosso time. A verdade é que, mesmo estando com um futebol meio capenga esse ano, o Cruzeiro tem maturidade emocional em clássicos, e tudo pode acontecer no domingo que vem.

Uma coisa que vale lembrar aos desavisados de plantão é que, independente de resultados, no mundo do futebol esse é apenas mais um jogo, como os mais de 400 que já aconteceram nos anos afora. Portanto, é de bom tom que a torcida se lembre, mesmo com mando único de campo, que é pra ser divertido, é pra zuar, é pra xingar ali dentro se algo der errado, mas a integridade física de torcedores, moradores do bairro do Horto, amigos e desconhecidos torcedores de outro time deve ser preservada. Quem tem a pachorra de ir em campo para brigar com os outros por causa de Diego Renan deveria se recolher à sua insignificância em casa.

Dia de clássico é dia de confiar, deixar o passado recente de lado e entrar com tudo para honrar a camiseta e sair de lá com três pontos.

Dia de clássico é dar sangue, suor e lágrimas, e esperar para que a justiça seja feita. E que vença o melhor.