Como será o Cruzeiro de Deivid?


O início da pré-temporada ainda é um momento muito prematuro para responder com correção à pergunta-título, mas já podemos esboçar alternativas. O novo treinador celeste deixou claro em sua entrevista coletiva que não irá mudar, inicialmente, a estrutura da equipe que terminou a temporada 2015 sob o comando de Mano Menezes. O 4-3-3, que muitas vezes se transforma em um 4-5-1, será o plano tático a ser usado em um primeiro momento e as contratações efetuadas reforçam essa tendência. Mas será que o elenco celeste terá profundidade suficiente para suportar bem as quatro competições que disputaremos na temporada?

Dos titulares em nosso bom momento de 2015, apenas o lateral Ceará deixou o clube, e por decisão da diretoria. O experiente camisa 2 sofrera muito com lesões e somando sua idade avançada às opções de Mayke e Fabiano no setor, a não renovação é compreensível. Temos portanto, duas opções para a lateral direita, com características diferentes e complementares, o que traz ótima perspectiva. Na esquerda, Fabrício foi contratado em definitivo e se torna o dono absoluto da posição, após as saídas de Mena e Pará. Vejo esta como a principal carência do elenco, mesmo tendo como alternativas o jovem Antônio Carlos, fruto da categoria de base, e uma improvisação do argentino Sanchez Miño.

Sanchez Miño, inclusive, é uma das contratações mais interessantes realizadas pelo clube, por poder jogar em três posições do time atual e ainda ter boa qualidade na cobrança das bolas paradas. O novo camisa 7, acredito eu, será o reserva imediato de Ariel Cabral no meio, podendo também jogar pela lateral ou como o ponta esquerda, em jogos que precisemos de maior segurança defensiva. Na zaga, Dedé e Manoel são, disparadamente, os melhores zagueiros do time. Léo e Bruno Rodrigo são os reservas imediatos, já tendo experiência com a titularidade. Bruno Viana e Fabrício podem figurar como opções para eventualidades.

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No meio, Henrique é o dono da posição como primeiro volante. Caso chegue, Gustavo Cuellar é a concorrência para o setor. Willian Farias é outro que pode jogar por ali, mas sua saída não seria lamentada. Ariel Cabral aparenta ser o principal organizador de jogo da equipe, papel que fez tão bem em 2015. Ocupando principalmente a faixa esquerda do campo, não tinha um substituto a altura, função que agora pode ser ocupada por Miño ou Marcos Vinícius. Willians, o outro meio campista, não tem a mesma qualidade técnica mas tenta compensar isso com marcação e chegadas de surpresa ao ataque. Além dos supracitados, tem Uillian Correia e Bruno Edgar como alternativas.

Nas três posições da frente, a concorrência é pesadíssima. Alisson, De Arrascaeta e Willian largam na frente pela titularidade. Mas o recém-contratado Pisano e o reintegrado Élber também deverão ter boas oportunidades de jogo. Jogadores como Allano, Judivan, Gabriel Xavier, Vinícius Araujo, e Marcos Vinícius também brigam por vaga, assim como as novidades Douglas Coutinho, Rafael Silva e Bruno Nazário. O segredo aqui é a movimentação desse trio, capaz de tornar o nosso time impossível de ser marcado ou completamente previsível. A competência e a disposição desses três homens aparecem como uma das chaves para o sucesso ou fracasso desse novo Cruzeiro.

Dentro desse cenário, jogadores como Douglas Grolli, Alex, Marinho e Joel também deixariam o plantel. Alex, destaque do time celeste na Copa São Paulo é outro postulante a trabalhar entre os profissionais, mas pode encontrar dificuldades para jogar devido ao grande número de alternativas no seu setor. Portanto, Deivid terá uma missão complicada, porque escalar os 11 que entram em campo pode ser a mais fácil das obrigações de um treinador. Gerir todo o grupo, especialmente aqueles que não estão jogando, promete ser uma missão muito mais inglória. Que o novo comandante tenha sorte e sabedoria para usar bem as peças e recolocar o time celeste no caminho das vitórias, e consequentemente, dos títulos.

Por: Emerson Araujo