Com a faca nos dentes, é plenamente reversível


É nação, complicou. Após a derrota por 1×0 para o São Paulo, na última quarta-feira, é impossível não ser tomado por uma onda negativa. E a razão é principalmente a atuação da equipe, que não mostrou força e parecia sentir um duelo decisivo. Livrando-se da bola com muitos chutões, errando passes em demasia e finalizando mal nas ocasiões que teve, o time da Toca foi presa fácil para o tricolor do Morumbi. A raiz do problema, no entanto, são falhas de marcação muito mais ligadas à competência dos atletas do que a um esquema tático falho.

Já observaram como os jogadores celestes são autoconfiantes? Insistem em dar passes sem olhar para o companheiro e erram em praticamente todas as oportunidades. Outra questão, já viram como ninguém marca o adversário e fica o tempo todo de olho na bola? A pelota é sim o principal objeto do jogo, mas se a marcação fosse cerrada nos jogadores, ela dificilmente tomaria o caminho das nossas redes. Centurión marcou um gol assim, não sendo marcado devidamente por Mayke e em várias outros momentos escapuliu de nossa zaga. Acompanhar a movimentação inimiga é primordial para a solidez do sistema de jogo e obtenção do resultado.

Fábio fez uma série de boas defesas e evitou algo pior, finalmente tendo uma boa atuação nesse seu patético ano de 2015. Poderia sim ter pegado a cabeçada de Centurión, mas era um lance difícil. E ontem ele não merece críticas, pouparei-o por enquanto. Manoel é um zagueiro firme, mas cometeu algumas falhas bobas. Mena e Mayke foram tímidos e também erraram lances de cobertura. Willians e Henrique idem, sempre preocupados com a marcação e dando espaços na entrada da área. O Cruzeiro passou boa parte do jogo tentando tomar um gol, e conseguiu.

No fim, o balanço é positivo porque o duelo está em aberto. Temos totais condições de reverter o placar no Mineirão, mas é preciso uma nova postura. Jogadores como Marquinhos, Willian e Damião, figuras decorativas no primeiro confronto, precisam trabalhar mais, aparecer, buscar. Rogério Ceni praticamente não foi testado e aqui no Mineirão, precisamos atropelar. A postura adversária será diferente e a torcida estará a nosso favor. É nossa obrigação apoiar esse time, por mais que discordemos de certos aspectos táticos ou da qualidade de algumas peças. A camisa em jogo é a do Cruzeiro e por ela que lutaremos, mais uma vez, até o fim.

Por: @emerson_oaraujo