10 dez Cadeira vazia, habemus vaga
Todos acharam que a novela “O diretor de futebol” terminaria com o que toda a imprensa noticiava desde a semana passada. Mattos saiu. Deixou pelo Cruzeiro um ótimo trabalho com muito mais acertos que erros. Ajudou a colocar o Cruzeiro de volta no caminho das conquista.
O Cruzeiro apostou em Mattos e ele retribuiu com trabalho e grandes contratações.
Mas qual a importância de um diretor de futebol?
Quem não se arrepia ao ouvir o nome Dimas Fonseca? Com ele o Cruzeiro quase caiu. Mas na época, o Cruzeiro vivia provavelmente a pior fase da sua história brilhante. Com um presidente distante. Sem casa e sem dinheiro. O Cruzeiro só não caiu meus amigos por causa da camisa. Então, não podemos comparar o Alexandre Mattos, que pegou um Cruzeiro querendo mudar a um diretor que provavelmente sofreu com as vacas magras.
Não estou defendendo Dimas Fonseca mas que é mais fácil trabalhar com o conforto de um presidente presente.
Mattos também fez apostas que não deram certo. Algumas delas bem caras mas todas com a aval do Dr. Gilvan.
É obvio que acertou muito mais. Trouxe Goulart e Ribeiro. Trocou Diego Souza por William mais um troco, da mesma forma que quando errou, também acertou com o aval do Dr. Gilvan.
A torcida precisa agora pensar em duas situações:
1 – A filosofia de trabalho do Cruzeiro mudou
Muita gente acha que o Cruzeiro sofreu com a saída do Maluf e dos Perrellas. O que antes era comum hoje virou raridade. Já tivemos um caso de ter nosso melhor jogador vendido as vésperas de uma final de copa libertadores, pensar nisso hoje é quase um absurdo. Dr. Gilvan coloca preço e vende quando quer.
Isso passa também pela volta do Mineirão ( e seus preços absurdos de ingressos ) e principalmente pelo sócio torcedor. De toda forma todo Cruzeirense lembra de como era chato ver um craque vendido por temporada.
Essa filosofia não vai embora com o Alexandre Mattos, é pensamento do clube vender bem e apostar nos futuros craques.
2- Quem tem o perfil para assumir o cargo
Difícil dizer qual seria o perfil correto para diretor de futebol, mas acredito que as principais qualidades devam ser: Cruzeirense de coração e queira uma oportunidade para mostrar trabalho.
Particularmente pra esse cargo, acho que o profissional tem que ter algum vinculo com o clube. Ele vai precisar vender a história da camisa e os planos para que aquele jogador ajude a escrevê-la.
A segunda característica eu acho até mais importante. Um profissional que quer mostrar serviço faz de tudo para conseguir o melhor e se valorizar tal como foi com Mattos.
Para finalizar, por que Mattos saiu?
Honestamente, acho que ele querendo ou não acabou jogando a responsabilidade para cima do Dr. Gilvan. Se o salário não era problema então qual era?
O time é bi-campeão brasileiro, ele tem uma proposta para melhorar seu salário dentro do clube e o ciclo se encerrou? Assim?
Se Mattos realmente queria mudar algo dentro do clube deveria ter ido com humildade. Conquistando títulos e com tempo de casa conseguiria certamente adotar novas idéias dentro de um clube que por muitos é considerado ainda com idéias tradicionais.
Não foi legal e poderia ter ficado sim. As portas de uma montagem de time para a libertadores 2015, logo após vencer outro campeonato brasileiro.
Disse que repensaria sua carreira no futebol mas a todo momento algo novo surge sobre sua ida ao outro Palestra.
Que a torcida Cruzeirense se lembre dos dois bons anos do Mattos na toca mas que também aprenda que jogadores e diretores passam pelo clube e a instituição fica.
O Cruzeiro não se apequena com a saída do Mattos, pelo contrário. Em momentos muito mais complicados da nossa história fizemos a parte rosa da cidade se lembrar de um 9×2 que não tem nem foto preto e branca.
É uma mudança de um tripé (Gilvan, Marcelo e Mattos) que deu certo e ficou pra história, em 2015 outras páginas heroicas e imortais.
Por: Rafael Ruchido