Banho de realidade, vamos acordar e começar a celebrar!


Ao contrário do que vocês devem estar pensando, o título deste texto não está diretamente relacionado ao jogo entre Cruzeiro e São Paulo, e sim ao contexto em que se encontra o torcedor celeste. O Cruzeiro está vivendo um dos melhores momentos de sua história, tem um time que é favorito a ganhar tudo que disputa e que apresenta um futebol vistoso e convincente.

Vira jogos difíceis, faz belos gols, goleia, é eficiente, tem raça e faltam mais adjetivos. Por mais que a história do Cruzeiro seja grandiosa, não é algo tão comum em nosso cotidiano viver um momento como este. O Brasil tem 12 times grandes, e há uma alternância muito grande de domínio, apesar de sempre nos apresentarmos como um dos mais regulares do país.

Ficamos 10 anos sem títulos, batemos na trave em 2009 e em 2010, e agora temos muitas chances de sermos campeões brasileiros de forma consecutiva, algo que nunca aconteceu no clube. Sem contar a possibilidade do Bi da Tríplice Coroa. É um momento único, de apreciação, festa e celebração. Entretanto, o clima está morno. Não vemos a mesma empolgação do ano passado, os carros buzinam menos a cada gol e os públicos no estádio estão longe de serem espetaculares. Exceção para a torcida que acompanha o time fora de BH, que não para de surpreender.

Vamos acordar e começar a celebrar! Quando se deixa a paixão de lado, o cenário não é bom para os próximos anos. O São Paulo, em 2013, faturou 177 milhões a mais que o Cruzeiro. Outros clubes também faturam algo próximo, o Cruzeiro foi o 8°, isso com o time celeste fazendo uma ótima temporada e com o programa de sócio tendo resultados acima do esperado. Não se iludam, por mais que esta diretoria continue fazendo um trabalho excepcional, nos próximos anos, se nada mudar, vai ficar muito difícil competir.

O Cruzeiro teve a chance de vender bem grandes jogadores de seu elenco e preferiu segurar para se manter forte. Pedimos, Gilvan foi lá e comprou o Willian. Por isso, não concordo com parte da torcida que se revolta por conta do preço dos ingressos. Entre ingresso barato e time bom e bons jogadores com ingresso caro, sou muito mais a segunda opção. A prioridade deve ser sim o faturamento, porque gostamos mesmo é de ter um time competitivo.

Para os próximos anos, confio nesta diretoria – que até então desenvolve um trabalho espetacular – para que planeje bem o marketing e expanda a nossa receita. Precisamos sempre estar em condições de competir no topo.

Para o momento, convoco a torcida a se empolgar de verdade, fazer mais barulho e viver mais intensamente o clube. Se ganharmos este ano de novo, a comemoração tem que ser dobrada. E assim será!

Por: Thalvanes Guimarães