Balanço Celeste parte 5: Contratações


Chego hoje com o último texto da série Balanço Celeste, onde fiz análises de alguns setores do Cruzeiro em 2018, tanto dentro de campo, falando da defesa, meio de campo e ataque, quanto fora dele, tendo como assunto a equipe técnica e agora, com as contratações do ano de 2018.

O período de negociações, que estamos vivendo hoje, muitas vezes define o sucesso ou fracasso de um time na temporada e quem se sai bem durantes as janelas de transferência, acaba tendo mais chances de se dar bem durante o ano. Em 2018 o Cruzeiro se reforçou muito, só que mesmo com bons nomes, quem realmente se destacou em campo foram aqueles atletas que já estavam no clube. Das novidades, poucos jogadores tiveram sequência no time principal. Irei analisar uma por uma, cada uma das contratações feitas pelo time celeste no último ano. Confira:

Edílson

Tido como grande reforço, Edílson veio do Grêmio para suprir uma carência de anos na lateral direita celeste. O jogador, quando atuou, foi bem e ajudou bastante o time com sua experiência e segurança, mas o problema maior está na frase: “quando atuou”. O camisa 22 ficou fora de muitos jogos na temporada, seja por lesões ou suspensões e por muitas vezes o volante Lucas Romero teve que quebrar o galho na ala direita celeste, já que o reserva na teoria, Ezequiel, fez péssima temporada. Dentro de campo, foi bem, mas precisa jogar mais vezes.

Egídio

Talvez a melhor contratação do ano. Egídio não é nenhum craque, mas tá longe de ser o pereba que muitos pintam. Foi um dos jogadores mais regulares no ano e participou da maioria dos jogos, comprometendo muito pouco. Ainda saiu como o líder de assistências da Libertadores. E no carisma, o ‘Piscininha’ é craque.

Marcelo Hermes

Veio do Benfica por empréstimo e apesar de um bom começo, decepcionou. Não continuará no time para 2019 e muito menos deixará saudades.

Patrick Brey

Contratado após se destacar no Campeonato Mineiro pelo Tupi, Brey teve poucas chances de mostrar seu futebol. Não pareceu ser totalmente ruim, mas tem inúmeras deficiências que precisa evoluir se quiser jogar em alto nível. Ainda não se sabe qual será seu destino em 2019. Pelo menos no FIFA demonstrou ser bom, Renato Kayser que o diga.

Bruno Silva

Chegou com status de grande contratação, custando 6 milhões de reais aos cofres celestes. No Botafogo, seu time anterior, havia se destacado no Brasileirão entrando inclusive na seleção do campeonato. Mas no Cruzeiro foi uma lástima total. Demonstrando problemas físicos e técnicos foi mal em todas as funções que foi colocado. Já deixou o clube em negociação que levou o atleta ao Fluminense e trouxe o também volante Jadson ao Cruzeiro.

Éderson

Com passagens pelas seleções de base, o jovem jogador veio do Desportivo Brasil e nas poucas oportunidades que teve mostrou bom futebol. Espera-se que tenha mais chances em 2019.

Mancuello

Mais um vindo com status de grande reforço que decepcionou. A exemplo de Bruno Silva, Federico Mancuello custou 6 milhões de reais junto ao Flamengo e um processo na justiça por falta de pagamento ao clube carioca. Se fora de campo trouxe problemas, dentro deles foi ainda pior. Lento, sem raça, sem posição definida e limitadíssimo tecnicamente, o argentino mostrou não ter capacidade para vestir a camisa azul celeste. A diretoria aguarda propostas pelo atleta que vem sendo sondado por equipes de seu país. Torçamos para que venham.

Renato Kayzer

Como Patrick Brey, Renato Kayzer veio do Tupi após bom Campeonato Mineiro, mas não chegou a atuar pelo Cruzeiro, sendo logo repassado ao Atlético Goianiense. Renato então se destacou disputando a Série B pelos goianos e agora foi reintegrado ao elenco celeste. Provavelmente receberá chances em 2019.

David

Após boa temporada no Vitória, o jogador foi o maior investimento do clube celeste no ano, custando 10 milhões de reais. Rodeado de expectativa, David se lesionou antes de chegar em Minas Gerais e passou grande parte do ano parado, não chegando nem perto de cumprir as expectativas depositadas nele. No fim do ano, já em melhor forma jogou algumas partidas e foi bem. Se espera um ano diferente do jogador em 2019, tanto pela carência de velocistas no elenco, quanto pela saída de Arrascaeta, que ocupava a mesma faixa de campo do camisa 11.

Fred

Contratado com muita polêmica, após deixar o rival Atlético-MG, Fred trouxe consigo a promessa de muitos gols, mas uma grave lesão ainda no início do ano frustrou toda a torcida celeste e tirou o jogador de quase toda a temporada. O camisa 9 voltou apenas no fim do ano, mas suas boas atuações encheram os cruzeirenses de esperança para 2019.

Barcos

O argentino chegou no meio do ano para suprir a ausência de centroavantes no elenco, já que naquele momento Fred, Raniel e Sassá estavam machucados. Apesar de um bom início, Barcos caiu de rendimento rapidamente e passou a ser contestado por parte da torcida. Acredito eu que muito de seus problemas se devem a suas funções defensivas. Constantemente se via o camisa 28 marcando na defesa ou acompanhando laterais. Apesar de terminar o ano com pouquíssimos gols para sua posição, apenas três, dois deles foram importantíssimos, um em cada jogo das semifinais da Copa do Brasil, contra o Palmeiras. Com seu contrato se encerrando em junho desse ano, não se sabe se o argentino continuará no clube.

Apesar de contratar um time de jogadores, poucos deles foram de fato aproveitados no ano de 2018 e isso liga um alerta sobre a política de contratações do time celeste. É algo a ser pensado pelos dirigentes e talvez seja necessária uma maior pesquisa de mercado e avaliação, principalmente com os problemas financeiros enfrentados pelo time. Em 2019 as compras têm sido menos numerosas, com apenas dois reforços anunciados, não sendo nenhum deles um grande nome. Mas no futebol, as vezes menos pode ser mais. Principalmente se esse menos for certeiro. Veremos os próximos movimentos da diretoria celeste.

Com este texto encerro a série Balanço Celeste, que teve como propósito levantar uma discussão mais aprofundada sobre o ano celeste, sem se deixar influenciar em análises rasas que levem em conta somente os títulos ou aquilo de mais superficial no ano celeste.

Antes de ir embora, deixe seu comentário sobre as contratações cruzeirenses em 2018. Quais você acha que foram as melhores? E as piores? Quem deveria ficar? Quem deveria chegar? Diz aí.

Por: Maic Costa

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