Alguém precisa cobrar o Mano!


Desde a saída de Alexandre Mattos, em 2014, sofremos com a omissão por parte dos nossos dirigentes. De lá pra cá, já tivemos algumas reformulações da gerência do nosso principal produto. Não houve sequer um profissional que tenha passado pelos cargos executivos do futebol sem que tenha sido ao menos questionado pela torcida e imprensa.

Tal coincidência me deixa um pouco incomodado. O Cruzeiro, que se manteve sólido em sua hierarquia durante um bom tempo, de repente começou a sofrer oscilações em cargos estratégicos.

O desando começou com a demissão do saudoso Eduardo Maluf, seguida da contratação do incompetente Dimas Fonseca. Já ao final de seu Mandato, Zezé Perrela não aparentava ter grandes ambições frente ao Maior de Minas, e deixou o clube abandonado, nas mãos do então vice-presidente Gilvan de Pinho Tavares.

Talvez por um lapso de lucidez, Gilvan contratou Mattos junto ao América-MG em 2012. A partir daí a coisa começou a andar nos trilhos. Gente competente e disposta a dar seu melhor pelo Cruzeiro. A palavra final sempre é a do presidente, mas, com as seguidas lambanças, desconfio que à época, Gilvan apenas “assinava o cheque”.

A partir da saída de Mattos, a coisa desandou novamente. E dessa vez foi pra valer.

Várias mudanças, desautorizações públicas, entra e sai de diretor. Tudo isso em um curto espaço de tempo, e o único que se manteve durante toda essa tempestade foi o presidente. Se em todo este tempo ocorreram grandes oscilações, de quem é a culpa? Nosso presidente foi e continua sendo incompetente. Seja contratando gente incapacitada para gerir o clube, seja por não dar autonomia para que os mesmos exercessem seu trabalho com tranquilidade e planejamento. A hipótese mais provável, ao meu ver, é a segunda, mas também podemos questionar a contratação de gente do calibre de Isaías Tinoco, que à época trabalhava na equipe amadora do Vasco.

Tamanha falta de comando tem reflexos no futebol. Durante todo este tempo nosso time não corresponde em campo. O atual treinador está há quase um ano seguido no comando da equipe, sem conseguir formar uma base sólida para conquistar os resultados. Não conseguimos emplacar uma boa fase que dure o mínimo aceitável. Sempre há receio acerca da atuação da equipe e, ultimamente, este receio tem se transformado em temor do que há por vir.

O que o Gilvan precisa saber é que o Mano é quem tem dívida moral com o Cruzeiro, por abandonar o projeto em andamento no final de 2015 para ir ganhar seus milhões na China, não o contrário. Não há constrangimento em demitir um técnico que, há tanto tempo no clube, não passa confiança ao mais otimista dos Cruzeirenses. Mano veio ao final de 2015, saiu, e voltou após um ano. Não temos que ser gratos com quem cumpriu com sua obrigação.

Acho que já passou da hora de o presidente levantar da sua cadeira e puxar o Mano para um bate-papo que tenha o resgate do nosso futebol como tema. A impressão que tenho é que o treinador faz o que quer com o clube, sem sentir o mínimo de responsabilidade por seus atos. O maior clube de Minas Gerais está entregue a uma pessoa que parece estar se lixando para os anseios da torcida e para a entrega de resultados. Vide escalação e resultado patéticos no jogo da última quinta-feira.

Mas fica a pergunta: quem vai cobrar o Mano?

Por: Luciano Batista