Ainda há esperança para o Cruzeiro de Deivid


É certo que o golaço marcado pelo lateral-esquerdo Bryan, do América/MG, mudou completamente a análise do torcedor sobre a partida de ontem. Se o jogo terminasse com vitória cruzeirense, creio que muitos diriam que o time evoluiu. De fato, o Cruzeiro fez um primeiro tempo bastante bom, com trocas de passe e tabelas envolventes. Foi um time mais organizado e até mais compacto. No segundo tempo é que ficou com medo de tomar o gol e foi menos agressivo. Deu espaço para o Coelho, que dominou os minutos finais de jogo e encontrou um gol no final da partida.

Banho de água fria no torcedor, que até então comemorava a vitória nas arquibancadas. Tristeza para Deivid, que viu a vitória escapar de suas mãos ao ver sua equipe acuada, mesmo após o treinador ter feito as melhores alterações que poderia ter feito, para deixar o time mais agressivo. Colocou Ariel Cabral no lugar de Sanchez Miño (que mais uma vez não justificou sua titularidade), Élber no lugar de Alisson e Rafael Silva, o artilheiro do Cruzeiro, no lugar de Willian, que está voltando de lesão. Apesar de corretas, as alterações não funcionaram. Acontece.

Mesmo com o empate, vi que o Cruzeiro evoluiu. Foi mais compacto, melhor defensivamente e trocou bons passes. Até o Deivid mudou sua postura: ficou de pé o tempo todo e orientando sua equipe à beira do gramado. Gostei de ver. Entretanto, Dedé revelou que o treinador pediu que o time garantisse o resultado de 1×0 no segundo tempo. Parece que a equipe não soube fazer isso muito bem. E essa postura de garantir o 1×0 é sempre muito perigosa.

É nessas horas que a falta de experiência de Deivid pesa. Mandar o time continuar ofensivo para buscar o segundo gol ou garantir o 1×0 devido ao momento que o time passa? Com certeza o treinador se fez essa pergunta no vestiário. A vida de Deivid não deve estar mesmo sendo fácil. Parece que os ventos não estão soprando a seu favor. Em mais uma coletiva ele teve que falar de evolução, mas sem o time vencer ou fazer uma grande exibição. Fica parecendo ilusão.

Mas acho que ainda há esperança para o Cruzeiro de Deivid. É continuar repetindo a escalação – mas sem Sanchez Miño, por favor -, trabalhando forte no dia a dia e ir acertando ainda mais esse time, tanto defensivamente quanto ofensivamente, afinal, é preciso transformar esse domínio da posse de bola em jogadas mais objetivas, incisivas, em finalização (que tem faltado!) e em gols, muitos gols!

Por: Pedro Henrique Campos