Ainda é cedo para sonhar


Foi bom? Mais do que isso: foi ótimo! A vitória do Cruzeiro sobre o Atlético-MG no sábado nos apresentou uma equipe lutadora, capaz de superar seus próprios limites para vencer difíceis obstáculos. Todavia, é hora de frear a empolgação, voltando a tomar aquele doloroso (porém útil) choque de realidade.

É inegável o bom futebol apresentado no Horto, contra um time que a “imprensa” julgava, até então, como o “melhor time do Brasil” (aspas devidamente colocadas nos dois casos). Jogamos com intensidade, frieza e poder de decisão, como em raríssimas oportunidades nesta temporada. Do goleiro ao centroavante, todos participaram bem, e embora passássemos a maior parte do primeiro tempo em desvantagem, foi notório que tivemos o controle do jogo na maior parte do tempo.

O trabalho iniciado por Vanderlei Luxemburgo merece destaque; não tanto pela parte tática, mas pela disposição demonstrada, ao assumir a equipe sem ao menos comandar um treinamento e, mesmo não promovendo grandes mudanças táticas, foi capaz de trazer de volta o brio, o sangue no olho, aquela vontade de vencer, que faltou nos nossos últimos compromissos. Pessoalmente, ainda me coloco contra a posição da diretoria em demitir Marcelo Oliveira, não entendo os motivos que levaram a isso, mas não posso deixar de valorizar o que vem sendo feito de bom pela nova comissão técnica.

Não podemos, entretanto, deixar que tal vitória, embora expressiva, faça que uma euforia desmedida tome conta de nós. Não podemos nos esquecer de que fizemos uma partida irrepreensível na Argentina, contra o River Plate, e outra vexatória em casa, contra o mesmo adversário. Ainda temos um elenco limitado, com jogadores capazes de oscilar do ápice ao declínio em poucos atos.

Vamos com calma, porque a temporada é longa, e não permite as oscilações que constantemente apresentamos. Com reforços chegando, e com a consolidação do “pojeto do pofexô”, podemos esperar coisas boas. Mas ainda é cedo (e muito cedo) para sonhar.

Por: Pedro Henrique Paraíso