Acaba logo, 2015!


Teremos amanhã, contra o Internacional no Beira Rio, o último jogo do Cruzeiro na temporada 2015. E que bom que este ano está acabando. Após duas temporadas maravilhosas, de gols, shows, vitórias, craques e títulos, vivemos uma época no ostracismo que se encerrará sem motivos de celebração. Exibições pálidas, jogadores patéticos (alguém ouviu Riascos?), Tinoco’s, Luxemburgo’s e problemas dos mais diversos tipos assolaram o time da Toca da Raposa durante o ano. E mesmo quando tudo parecia se encaixar, numa melhoria nítida com a chegada de Mano Menezes, os asiáticos resolveram (de novo) atrapalhar tudo.

Lá em janeiro, veio a tristeza pela saída dos três melhores jogadores do time bicampeão brasileiro. Everton Ribeiro, Lucas Silva e Ricardo Goulart se foram sem dar nem tempo para nos recuperarmos de cada baque. Fosse o Cruzeiro um boxeador, já estaria nocauteado desde o primeiro segundo de combate. Nomes importantes naquela engrenagem, como Egídio e Marcelo Moreno também se foram, além da indisponibilidade do nosso melhor zagueiro, Dedé, que só agora vem retornando às atividades. A baciada de reforços teve dificuldades para se impor e a invencibilidade no Mineiro não enganava ninguém.

Invencibilidade essa que acabaria em uma derrota para a Tombense, no Campeonato Mineiro. Foi o 14º confronto da temporada e até então, Marcelo Oliveira tinha muitas dificuldades para achar o time ideal. Empates deprimentes na nossa casa contra Caldense, Huracán e Mamoré mostravam que as coisas não estavam bem. Em um estadual muito conturbado, a Federação Mineira de Futebol e a arbitragem fizeram 90% do trabalho sujo que culminaria em nossa eliminação. Na Libertadores, caminhamos até as quartas de final, em que batemos o River Plate no Monumental de Nuñez. Antes, tinhamos eliminado o São Paulo de forma épica, nos pênaltis. Mas o jogo de volta contra os argentinos foi uma catástrofe e o 3×0 no Mineirão nos colocou fora do torneio continental.

Cruzeiro

Logo depois, o erro mais crasso da diretoria celeste: demissão de Marcelo Oliveira para a contratação de Vanderlei Luxemburgo. O ‘pofexô’ teve uma passagem horrorosa, empilhou derrotas e destruiu qualquer chance de título na temporada, com a eliminação na Copa do Brasil frente ao Palmeiras. E o risco de rebaixamento crescia a cada rodada do Brasileiro. Felizmente, trocas no comando aconteceram. O presidente Gilvan passou a cuidar da parte administrativa e o futebol está sendo tocado por quem entende do riscado. Bruno Vicintin e Thiago Scuro nos dão boas perspectivas para 2016. Mas o treinador escolhido para tocar o projeto cruzeirense no novo ano já roeu a corda. Mano foi seduzido por caminhões de dinheiro provenientes do Shandong Luneng, da China e hoje vivemos uma incerteza. O novo ano será de ajustes na folha de pagamento, redução de gastos e maior aproveitamento da base. O que também nos dá esperanças, mas nada além disso.

Se fosse possível contabilizar tudo o que aconteceu na temporada, seguramente o saldo seria negativo. Foram 62 jogos oficiais, com 27 vitórias, 16 empates e 19 derrotas. O aproveitamento não passou do medíocre 52,15%. A campanha contempla ainda 82 gols marcados (1,32 por jogo) e 55 sofridos (0,88 por embate), sendo Leandro Damião o principal goleador celeste na temporada, com 18 gols. Jogadores experientes já deixaram o clube e 2016 volta a ter uma cara de ano de transição, pela perda do treinador. Portanto, tudo que eu peço é que este ano acabe logo, que tenhamos aprendido com os erros e a receita de buscar jogadores com “brilho no olho” volte a dar certo, para que o Cruzeiro 2016 recupere o brilho e se prove, novamente, o gigante que tão bem conhecemos.

 Por: Emerson Araujo