Abusos da Imprensa e da Federação


Salve nação celeste invicta em 2009! Jogos da Seleção são um porre né? Além de termos que acompanhar um time descompromissado fingindo que se empenha em uma busca pela classificação para a Copa  que todos sabemos que virá (e que, devido a esse descompromisso, fica até um pouco complicada) ficamos sem jogos do nosso Cruzeiro . No entanto, não é porque nosso esquadrão não entra em campo que nós ficamos sem ter o que falar do clube. 

O texto de hoje tratará de dois fatos que aconteceram esta semana e que demonstram como o Cruzeiro não tem padrinhos fortes ou as famosas “costas largas” que o presidente das abelhinhas gosta de atribuir ao nosso time. A imprensa e a federação mineira demonstram, a cada dia, uma tremenda falta de bom senso e um protecionismo exagerado ao lado escuro da lagoa. Os fatos até lembram o ano de 2007 quando, após a final do campeonato, houve uma comemoração envolvendo os juízes da partida em uma pizzaria após a vitória do Atlético com dois gols irregulares.

É inegável o tanto que imprensa e federação forçam para que o Atlético se iguale ao Cruzeiro valorizando as poucas vitórias do rival e desmerecendo nossas conquistas. O processo atinge até as equipes do interior, como o Democrata prejudicado no confronto contra o Ituiutaba como discutiremos a seguir.

1) Imprensa

Nos quadros da imprensa mineira nada é pior do que a Itatiaia. Embora tenham profissionais envolvidos com o Cruzeiro, como o grande Alberto Rodrigues, a postura da rádio é clara. Implantar crises no Cruzeiro e exaltar o Atlético.
Nos últimos anos, no entanto, isto deu origem a um processo de alargamento da distância de objetivos entre Cruzeiro e Atlético nos campeonatos que disputam. A falta de apoio da imprensa local motiva o Cruzeiro a provar que as críticas estão erradas, enquanto a proteção ao Atlético acomoda jogadores, técnicos e presidentes do rival. O Leão, por exemplo, é um profissional questionado em todo o país, menos em Minas Gerais, onde é sinônimo de Atlético. Nem suas declarações bombásticas ou suas condutas como invasões de campo para pressionar os árbitros são questionadas pela nossa imprensa.

Enquanto isso Adílson Batista, um técnico novo, porém de resultados bastante expressivos no comando do Cruzeiro, é sumariamente cornetado pela imprensa. Nem mesmo quando o Adílson faz aquela substituição que transforma o jogo e fortalece o Cruzeiro em campo a nossa imprensa o exalta.

Por esses motivos, além da perseguição a alguns atletas como Wágner (que processa o jornalista Lélio Gustavo por tê-lo chamado de QI de Alface), o técnico Adílson Batista revelou todo o seu descontentamento com a imprensa local em entrevista a um repórter paulista nesta semana. A entrevista, como era de se esperar, repercutiu mal na imprensa local, que critica Adílson pelo tratamento que este lhe concede. No entanto, Adílson deixa muito claro nesta entrevista que o tratamento que ele dá a imprensa é justamente o que ela merece.

2) Federação

O Cruzeiro tem um compromisso importante pela Libertadores na semana que vem e a mais importante envolvendo uma equipe mineira na temporada. O confronto contra o Estudiantes, na Argentina, que pode assegurar a classificação para as oitavas-de-final da competição. Pensando neste compromisso o Cruzeiro protocolou o pedido a federação para que a partida de volta contra o Tupi ocorresse no sábado, concedendo um dia a mais de trabalho para a equipe se preparar para a partida na Argentina.

O que era de se esperar de uma federação de futebol que zelasse pelos seus afiliados? Que o pedido fosse acatado, é óbvio. A federação chegou até a divulgar as datas com a partida no sábado, mas logo após transferiu o confronto para o domingo, prejudicando a preparação do Cruzeiro para a partida contra o Estudiantes.

Claro que existe aí também o interesse da televisão em transmitir a partida, mas isto não poderia ser motivo para a federação não atender os interesses de seus afiliados. Durante a primeira fase, a Globo Minas transmitiu América X Uberlândia e Villa Nova X Uberlândia, por exemplo, e nada impediria que a partida entre América X Rio Branco fosse televisionada no domingo, já que nada impede que as duas equipes se enfrentassem no horário. Será que se fosse do interesse do Atlético enfrentar o Uberaba no sábado, a federação adotaria o mesmo procedimento que adotou com o Cruzeiro?

Outro absurdo da federação esta semana foi transferir a partida entre Democrata e Ituiutaba para o Mineirão, já que o estádio da Pantera não comporta 10 mil torcedores. No entanto, se a partida ocorrer no Mineirão, não teremos torcida suficiente para pagar o aluguel do estádio, o que resultará em prejuízo para a equipe valadarense. Além disso, a decisão viola a decisão acertada entre as duas equipes, como permite o regulamento, dos jogos serem realizados em seus estádios, já que nenhum deles tem a capacidade mínima exigida. A primeira partida foi realizada na Fazendinha. Não é injusto o segundo jogo não ser no Mamudão?

Enquanto isso o Atlético solicita que a sua partida ocorra na quarta-feira para não perder o direito de jogar no Mineirão por causa do Axé Brasil. E o que a Federação faz? Altera a data da partida, violando o regulamento mais uma vez já que este previa a realização das quartas-de-final neste fim de semana. Por que o mando de campo não foi invertido, como fez o Cruzeiro, e a partida do Atlético marcada para o domingo contra o Uberaba em Uberaba? Se fosse assim, Cruzeiro e Atlético perderiam o direito de decidir em casa e ambos seriam prejudicados na mesma medida. O Cruzeiro poderia jogar no sábado e se preparar para a Libertadores e o Atlético jogaria no domingo, respeitando as datas previstas no regulamento e com a TV tendo uma partida envolvendo o Atlético para transmitir.

Falta bom senso a federação nas suas decisões, mas é impressionante como nada na vida do Atlético é alterado, a não ser que aja seu consentimento. Já os outros afiliados que se virem para atender as exigências da federação.