A redenção do Cruzeiro 2015 passa pelo salvador Willian


“Este elenco do Cruzeiro tem a cara do Z-4. Fraco, medíocre, sem valores. Não salva ninguém.” Quantas vezes esta frase foi dita durante a Era Vanderlei Luxemburgo em 2015 por entusiastas da contratação do ex-treinador celeste que, precipitadamente, deram todos os louros a Luxa pelo triunfo no Independência com menos de uma semana de trabalho e, ao mesmo tempo, colocavam na conta dos atletas a queda de rendimento que se verificou na sequência do “pojeto”?

O período Luxemburgo em 2015 marcou a existência de um dos piores Cruzeiros deste milênio. A insistência com jogadores como Paulo André, Charles e Marinho significava também que peças como Willian e Willians perdiam espaço. Os testes do “pofexô” se justificavam em função do “péssimo primeiro semestre com Marcelo Oliveira” e a derrota para a Tombense (qual time grande no Brasil passa o estadual ileso aos pequenos?) e a queda contundente para o River Plate na Libertadores exigiam que novos atletas fossem testados.

Os meses passaram, o time involuiu e o Z-4 virou ameaça real. Não era mais o Z-4 dos reservas que Marcelo Oliveira comandou nas três primeiras rodadas e da derrota para o Figueirense em Santa Catarina que o derrubou. Era o Z-4 de um “elenco fraco, omisso, medíocre e sem vontade”. E ninguém poderia fazer nada.

A diretoria, contudo, enfim resolveu ouvir os torcedores que entendiam que o problema estava no banco de reservas. Deivid estreou contra a Ponte. Com ajustes, a Raposa venceu em Campinas. Mano Menezes chegou em seguida e a equipe emendou uma boa sequência. Em 10 jogos, incluindo a partida comandada por Deivid, foram 19 pontos conquistados. 5 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota. Já são 7 rodadas de invencibilidade e os 63,3% neste período colocariam o time celeste na 3ª colocação, fosse este o rendimento por todo o campeonato.

Ainda faltam sete rodadas. O G-4 é sonho distante, mas o elenco celeste dá sinais de que poderá terminar a temporada em alta, calando aqueles que insistiam no caráter medíocre da maioria de suas peças. Mano tem muitos méritos nesta recuperação, sem dúvida, mas o segredo para a redenção passa pelo que se desempenha em campo. Willians voltou ao time, Cabral se firmou. Mas o salvador, definitivamente, é o atacante Willian.

Em nova função e jogando mais próximo ao gol, o Bigode vem mostrando veia goleadora. São 9 gols marcados neste período (e o pênalti perdido contra o Atlético-MG poderia elevar estes números), muita entrega e a recuperação do protagonismo que mostrou em alguns momentos nas temporadas 2013 e 2014. Se a torcida está otimista para o confronto do próximo domingo contra o Goiás fora de casa, e ainda sonhando com Libertadores, é culpa do planejamento de Mano Menezes, mas, principalmente, das ações de Willian.

Por: João Henrique Castro