A raposa muda de pêlo…


… Mas não deixa de comer galinhas.

Esse foi um dos ditados populares que mais escutei quando criança.

Entramos em uma semana de clássico. Uma semana sempre conturbada, por mais despretensioso que um clássico possa ser. A questão é: um clássico pode ser despretensioso? 

Na semana de um clássico vivemos o extremo. O extremo da confiança e o extremo do receio.

Há aqueles que acreditam que o Cruzeiro pode golear, sim, porque não? A situação do rival é confortável, e a motivação deles não me parece convincente. Querem ser o vice-líder do campeonato; querem devolver as goleadas passadas; querem destruir o Cruzeiro; querem demais, conseguem de menos.

Há também os mais receosos. Afinal, a fase celeste é inconstante, o time tem muitos pontos fracos, visíveis até para um leigo. E se nossa fase não é das melhores, o arquirrival vive sua melhor campanha em décadas.

Uma coisa é evidente: o último jogo do ano não deixa que nenhum dos dois clubes pense em 2013. E o Cruzeiro é quem mais sofre com isso.

Algumas certezas quanto ao ano que vem já foram ditas. Celso Roth não fica. Diego Souza está contratado.

Algumas incertezas quanto ao ano que vem, incomodam a torcida. Quem é o novo técnico? Quais jogadores virão? Quais desses jogadores são verdadeiros reforços?

O que o último jogo do ano pode mudar? Em 2011, o último clássico do ano terminou com uma goleada – 6 a 1 – e fez toda a diferença. Uma base foi mantida, não houve reformulação no elenco, começamos 2012 e mal parecia que estávamos saindo de um dos piores, se não o pior, ano do clube desde 1921. Sinceramente, independente do placar do último jogo do ano, espero que esse erro não se repita.

2012 deveria ter acabado quando o time atingiu os 45 pontos. O planejamento de 2013 já deveria ter começado. A raposa precisa ser mais astuta, e a galinha é um alimento rotineiro na sua dieta. A raposa precisa aprender a não se satisfazer com pouco. Carnes maiores, mais difíceis, mas mais saborosas.

Quero um Cruzeiro menos acomodado em 2013. Os erros foram evidentes ao longo da temporada. Um clube estruturado não pode se dar ao luxo de pensar – e agir – como um clube de várzea.

Nesse momento, vocês da diretoria tem meu apoio quase incondicional. Evitarei criticar contratações, especulações, parcerias. Vocês tiveram a oportunidade de aprender com 2012, não se pode ter pena no mundo do futebol. Afinal, quem tem pena é galinha. E galinha é comida de Raposa.

Saudações Celestes!

Foto: Vipcomm