A política de reforços do Cruzeiro está correta?


Salve nação celeste! Imagino que criarei polêmica com este texto, mas acho que é um bom momento para expressar meu posicionamento a respeito da política de contratações do Cruzeiro (até aqui) para a temporada 2010.

Para começar, já definirei de cara minha posição. Acho que a diretoria até aqui agiu corretamente. E tudo começou ainda neste ano, quando o time trouxe dois nomes que deram a equipe a experiência que faltou na Libertadores e se tornaram fundamentais na arracanda no Brasileirão: Gilberto e Caçapa. Guerrón, que também chegou no 2º semestre, também mostrou-se útil e tem tudo para despontar na temporada que vem.

Os acertos da diretoria seguiram com a renovação de contrato de todos os titulares e do treinador Adílson Batista. Embora a temporada tenha se encerrado sem nenhum título importante para a equipe celeste, os resultados conseguidos deixaram claro que o Cruzeiro não deve nada para ninguém no futebol nacional. Passou por cima dos adversários nacionais na Libertadores e terminou apenas 5 pontos atrás do líder do Brasileirão, mesmo tendo atuado metade do campeonato sem sua equipe titular e depois de ressaca pela perda da Libertadores.

Há então razão para grandes mudanças? Não acredito que aja. Reforços de qualidade são sempre bem-vindos, mas só acredito que exista a necessidade de qualificar melhor poucas posições como a lateral-esquerda, a armação e o ataque (falta um matador) que não contam com bons reservas e repor as eventuais saídas dos titulares para o mercado europeu, pois não acredito que perderemos jogadores para outras equipes do Brasil.

A diretoria, no entanto, promete reforçar as eventuais perdas e qualificar o elenco com jogadores para disputar mais de uma competição ao mesmo tempo, o grande problema deste ano. E para este segundo objetivo apostar em jovens valores sempre é válido.

Quem viu Cruzeiro X Náutico pelo 1º turno do Campeonato Brasileiro deve ter ficado encantado com o futebol de Anderson Lessa. O garoto entrou e foi fundamental para incendiar a partida participando dos dois gols do Náutico. Vi outras partidas do atacante e também gostei, vale a aposta.

Pedro Ken quando surgiu no Coritiba era considerado tão importante quanto Keirrison e Henrique para o sucesso da equipe na campanha de acesso para a Série A do Brasileirão em 2006. Os últimos dois tiveram chances no Palmeiras e corresponderam, mas Ken seguiu no Coriiba e perdeu espaço na mídia. Fez um Brasileiro apagado, mas tem potencial assim como Leandro Lima que deve continuar no Cruzeiro ano que vem. Os dois terão o Campeonato Mineiro para provar que merecem vestir a camisa celeste e é bem possível que ao menos um deles corresponda. Outra aposta, mas que tem chances de corresponder.

Por fim, o caso Jóbson. Reforço até a confusão do doping certo para a próxima temporada, o garoto foi fundamental para a salvação do Botafogo na reta final do Brasileirão. Vi duas partidas em que ele foi, disparado, o principal articulador de jogadas de ataque da equipe carioca e responsável direto pelas vitórias: São Paulo e Palmeiras, ambas no Engenhão. Se vier e repetir tais atuações caíra rapidamente nas graças da torcida, mas também é uma aposta. E arriscada, após o problema do doping. Torço para que a contra-prova seja negativa, mas se não for, a diretoria já disse que irá atrás de outros nomes.

Enfim, até agora o Cruzeiro mostrou que o time do ano que vem será uma mistura da base desta temporada com apostas que podem dar certo e garantir até retornos financeiros ao clube, como foi o caso de Ramires nesta temporada. Tal fórmula tem sido adotada pelo time nos últimos anos e os resultados são positivos, mas a cada tropeço se comenta da falta de experiência da equipe. No entanto, no atual elenco nomes como Fábio, Caçapa, Fabrício, Gilberto e Kléber garantem a maturidade de um time que amadureceu nos últimos anos e tem tudo para fazer outra boa temporada no próximo ano. Afinal de contas, entrosamento, união e talento são aspectos muito mais fundamentais para os títulos do que um grupo repleto de medalhões como muitos aí sonham em fazer.